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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O Movimento de Descolonização Africana no Contexto da Guerra Fria e suas Consequências no Século XXI


     Em busca de novos mercados, as principais nações europeias - palco da Revolução Industrial - se apoderaram primeiro de pontos estratégicos litorâneos do continente africano, depois, de todo o resto. Adentrando ao continente, o dividiram entre si de acordo aos interesses de cada um. Pois, além de mercados consumidores, buscavam também por matérias-primas e outras riquezas.
     Após a Segunda Guerra Mundial, as nações europeias, falidas pelos altos custos com os conflitos, perdas humanas, graves crises, não tinham mais condições de manter seus exércitos e domínios sobre o continente africano. Na condução dos processos de independências dos países lá estabelecidos, não a fizeram por reconhecer a capacidade de governança, defesa e autonomia de cada um, mas, por um novo paradigma: o da concordância entre os estados soberanos europeus. Acrescenta-se o fato de que, não levando em conta que haviam inúmeras tribos estabelecidas no continente, muitas rivais entre si, os estados soberanos europeus dividiram o território africano de maneira arbitrária, precipitada (entre 1884 e 1885 na Conferência de Berlin), atendendo somente aos seus próprios interesses, levando a um resultado catastrófico por reunirem num mesmo local, tribos inimigas, e separarem aliadas, ocasionando problemas territoriais ‘permanentes’.


     Até os dias de hoje ocorrem sangrentos conflitos entre tribos africanas em um mesmo país, ocasionando fomes e epidemias. Esses conflitos tiveram a sua capacidade destrutiva alimentada pelos frutos da própria Guerra Fria. Os países envolvidos nessa guerra ideológica estocaram uma enorme quantidade de armamentos que são fornecidos para tribos africanas em conflito, potencializando sua capacidade destrutiva. Uma realidade difícil de ser resolvida pelos governantes, que tem dificuldades até mesmo em formular ações de longo prazo devido à grande instabilidade política que também é herança da dominação europeia.