Em busca de novos mercados, as principais nações
europeias - palco da Revolução Industrial - se apoderaram primeiro de pontos
estratégicos litorâneos do continente africano, depois, de todo o resto.
Adentrando ao continente, o dividiram entre si de acordo aos interesses de cada
um. Pois, além de mercados consumidores, buscavam também por matérias-primas e
outras riquezas.
Após a Segunda
Guerra Mundial, as nações europeias, falidas pelos altos custos com os
conflitos, perdas humanas, graves crises, não tinham mais condições de manter
seus exércitos e domínios sobre o continente africano. Na condução dos
processos de independências dos países lá estabelecidos, não a fizeram por
reconhecer a capacidade de governança, defesa e autonomia de cada um, mas,
por um novo paradigma: o da concordância entre os estados soberanos europeus. Acrescenta-se
o fato de que, não levando em conta que haviam inúmeras tribos estabelecidas no
continente, muitas rivais entre si, os estados soberanos
europeus dividiram o território africano de maneira arbitrária, precipitada
(entre 1884 e 1885 na Conferência de Berlin), atendendo somente aos seus
próprios interesses, levando a um resultado catastrófico por reunirem num mesmo
local, tribos inimigas, e separarem aliadas, ocasionando problemas territoriais
‘permanentes’.
Até os dias de
hoje ocorrem sangrentos conflitos entre tribos africanas em um mesmo país, ocasionando
fomes e epidemias. Esses conflitos tiveram a sua capacidade destrutiva
alimentada pelos frutos da própria Guerra Fria. Os países envolvidos nessa
guerra ideológica estocaram uma enorme quantidade de armamentos que são fornecidos
para tribos africanas em conflito, potencializando sua capacidade destrutiva. Uma
realidade difícil de ser resolvida pelos governantes, que tem dificuldades até
mesmo em formular ações de longo prazo devido à grande instabilidade política
que também é herança da dominação europeia.