Quando os espanhóis
chegaram à América em 1492, se depararam com diversos povos que ali viviam.
Três deles se destacavam: os Astecas, os Maias e os Incas. Estes povos eram
totalmente estranhos aos espanhóis que, aos poucos passaram a conhecer os seus
costumes, dentre estes, o antropofagismo, que era praticado por alguns,
inclusive pelos astecas e maias. Alguns estudiosos sugerem que esta prática era
de caráter puramente religioso.
Os
espanhóis, cristãos, consideraram essas práticas como macabras, aberrantes e
coisa do diabo. Muitos espanhóis também se tornaram pratos desse canibalismo
mesoamericano. Passaram então a se convencer de que deveriam subjugar esses
povos, impondo-lhes os seus costumes, a sua religião e, até mesmo,
escravizando-os, pois necessitavam de trabalhadores para explorarem as riquezas
que lhes interessavam como o ouro e a prata, por exemplo. Os que oferecessem alguma
resistência deveriam ser dizimados da face da terra. E foi o que aconteceu.
Fica
claro que os espanhóis tinham dois grandes objetivos na América: um era
explorar as riquezas minerais como ouro, prata e cobre - na época, as nações
europeias estavam ávidas pela busca de metais preciosos, pois o poder e a riqueza
de cada nação mediam-se pela quantidade que possuíam desses metais; o outro era
catequizar os povos indígenas, porém, fica evidente que se utilizavam do
segundo objetivo para conquistarem o primeiro.
Assim, os
espanhóis passaram a cometer inúmeras atrocidades contra esses povos pela
crueldade, pela fome, pelo trabalho forçado e pelos maus tratos a que os
submetiam. Milhões foram massacrados, muitos povos foram completamente
aniquilados da face da terra, milhares de idiomas foram esquecidos porque não
havia mais ninguém para o praticarem. Os espanhóis adentravam nas colônias e as
incendiavam, massacravam até mesmo crianças, idosos e mulheres grávidas.
Esse
massacre que os europeus fizeram na América foi denunciado por alguns, dentre
eles, Frei Bartolomé de Las Casas, que conviveu com esse cenário e descreveu
vividamente muitos fatos.
O autor
Montaigne escreveu: “Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o
comer depois de morto; e é pior esquartejar um corpo entre suplícios e
tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de
devoção e fé, ... ; e isso, em verdade, é bem mais grave do que assar e comer
um homem previamente executado” . [Montaigne,
Michel de. Ensaios I. São Paulo: Editora Nova Cultura, 2000. (Coleção Os
Pensadores), p 199]
Essas
palavras fazem um comparativo entre o canibalismo praticado pelos
mesoamericanos e as atrocidades praticadas pelos espanhóis.
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